O excesso de gordura abdominal afeta a saúde cardíaca por diversos caminhos. Aqui, você conhecerá alguns deles.
A gente tem noção de que a obesidade aumenta a ameaça de infarto e de outros problemas cardiológicos. E é a pura verdade.¹,² Mas quer saber de uma? A região do corpo onde alguém acima do peso acumula mais gordura faz diferença e, no caso, se for na barriga, esse risco subirá ainda mais.³
Aliás, mora aí uma ilusão: existem pessoas que estão pesando um pouco a mais, não chegam a ter obesidade de acordo com o IMC (índice de massa corporal), mas que apresentam uma circunferência abdominal acima dos valores saudáveis de, no máximo, 102 centímetros para homens e 88 centímetros para mulheres. Ou seja, elas têm mais barriga. Nesse caso, podem até não saber, mas também são consideradas com risco aumentado para problemas no coração, merecendo a avaliação de um médico.⁴
Por que a circunferência abdominal aumentada faz a saúde cardíaca sair perdendo? Porque, quando
existe muita gordura estocada no abdômen, ela — além de gerar inflamação acaba invadindo diversos órgãos.
Isso, em um primeiro momento, afeta o funcionamento deles, é claro.⁵ Só que, no final das contas, os problemas que essa gordura no lugar errado cria acabam mirando no coração, que termina apanhando de todos os lados.⁵ Daí, ele adoece. A seguir, vamos explicar um pouco do que acontece.
Ao invadir órgãos importantes, ela causa problemas que, direta ou indiretamente, fazem mal ao coração.
No fígado
Quando a gordura se intromete nas células do fígado — condição chamada de esteatose hepática —, ele reage derramando moléculas que causam ainda mais inflamação, produzindo quantidades maiores de colesterol e, para piorar de vez, liberando substâncias capazes de formar coágulos no sangue.⁷,⁸
Agora, pense o seguinte: a inflamação, por si só, já altera as paredes dos vasos, tornando-as mais propensas a placas. ⁹-¹¹ Por sua vez, a matéria-prima dessas placas— que é o colesterol — está mais abundante. Fácil a gente deduzir que o resultado desse “combo” é um belo risco de obstrução nas
artérias. E mais um detalhe: se os exames de imagem mostram que há gordura no fígado, você pode apostar que ela também já está infiltrada no coração! ⁷,¹²
No pâncreas
Quando a gente se alimenta, a glicose se eleva no sangue. Mas, para ela entrar nas células e fornecer toda a energia da refeição, é preciso uma “chave” — o hormônio insulina, produzido pelo pâncreas. A questão é que, graças à inflamação causada por uma “medida do abraço” aumentada e pela gordura que se infiltra nesse órgão, essa “chave” deixa de funcionar tão bem. Daí que a glicose
pode bater com o nariz na porta das células, no quadro conhecido como resistência insulínica.
O pâncreas tenta compensar esse caos, produzindo mais e mais hormônio. Dá certo? Talvez, mas não por muito tempo. Acaba surgindo o diabetes tipo 2, que é outra enorme causa de problemas no coração.¹³,¹⁴ E só mais um alerta: sabe aquela gordura no fígado de que falamos? A resistência à
insulina faz com que mais gordura vá parar nesse órgão.⁷ É…, uma coisa piora a outra.
No próprio coração
A “medida do abraço” aumentada e o diabetes, por sua vez, favorecem depósitos de gordura e alterações no músculo do coração.¹⁵,¹⁶ Isso pode ter consequências que ninguém quer. Uma delas é atrapalhar sua capacidade de bombear sangue, no quadro que os médicos chamam de insuficiência cardíaca. Outra é bagunçar seus batimentos, provocando arritmias.¹⁷
Como se não bastasse tudo isso, a gordura ainda é capaz de se acumular em torno das coronárias, as artérias que irrigam o músculo cardíaco. Aí, mesmo estando do lado de fora desses vasos, ela causa uma confusão danada. Ou melhor, uma tremenda inflamação. Os cientistas notam que a gordura em volta das coronárias faz com que eventuais placas de colesterol em seu interior tendam
a se romper, dando início a um infarto.18
Nos músculos
A gordura fora de lugar pode se instalar entre as fibras musculares e, aí, menos mal. O que preocupa pra valer é quando ela se mete dentro das tais fibras. A ciência mostra que, quanto mais gordura no interior das células da nossa musculatura, mais aumentam a presença de substâncias
inflamatórias no sangue e a resistência à insulina.¹⁹ Esta, como já falamos, faz crescer os depósitos de gordura no fígado, piorando a situação para o coração.²⁰ É uma ciranda terrível!
Além disso, recheadas de gordura, as fibras musculares vão se tornando fracas, molengas, como se já não tivessem a força para se contrair de antes.²¹ A pessoa sente cada vez mais dificuldade para fazer exercício — e a gente sabe que talvez ela própria confunda um fenômeno biológico com preguiça.
Nos rins
Encarregados de filtrar as impurezas geradas pelo nosso organismo, eles também penam com o excesso de gordura abdominal. Acabam se sentindo pressionados por ela, ao pé da letra.²² E uma das reações dos rins a esse sufoco é incrementar a produção de substâncias que elevam a pressão arterial.²²⁻²⁴ Mas não termina por aí: quando o excesso de gordura estaciona em suas redondezas,
muitas vezes reenchendo estruturas renais importantes, a função de filtrar o sangue e produzir substâncias fica toda bagunçada, até por causa da inflamação local.²² Daí, sem ser eliminado, pode sobrar cálcio na corrente sanguínea, o que favorece placas nas artérias.²⁵
Pior é que, aos poucos, a situação vai se perpetuando: é quando surge a doença renal crônica.
Então, o desequilíbrio de minerais que não estão sendo filtrados corretamente provoca arritmias
cardíacas. Se a doença renal crônica avança, a maior parte das mortes acontece por causa delas.²⁶
Quando alguém com a “medida do abraço” muito aumentada se deita, o volume de gordura na barriga gera uma pressão para o alto que impede a traqueia — o “tubo” no pescoço por onde o ar passa — de se esticar direito. Isso pode tornar as noites bastante ruidosas. Ora, durma com um ronco desses!
Mas, sob certo ponto de vista, o barulho é até o de menos. Isso porque a apneia causa breves interrupções na respiração durante o sono que, entre outras complicações, jogam a pressão arterial nas alturas.²⁷ O coração sofre mais do que quem está dormindo ao lado! Por isso, só o fato de alguém roncar já é um excelente motivo para procurar um médico.
A tendência é a gente deixar os planos de perder excesso de peso e enxugar a “medida do abraço” para a próxima segunda-feira, depois para a segunda-feira seguinte e assim por diante até essa ideia se transformar em promessa de ano novo — que, como boa promessa de ano novo, pode durar o tempo dos fogos de artifício na festa de réveillon!
Um estudo chegou a estimar que, passados seis anos apresentando uma circunferência abdominal acima de valores saudáveis, o risco de a pessoa sofrer do coração aumentaria incríveis 163%! ¹⁷ Portanto, já pegou a sua fita e checou a sua “medida do abraço”? Se ela estiver além do que o seu coração gostaria, não espere todo esse tempo para conversar com um médico.
Entenda por que estamos diante de uma doença complexa.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz o seguinte: “sobrepeso e obesidade são um acúmulo de gordura anormal ou excessivo que apresenta riscos à saúde”.²⁹ Mas de que riscos, exatamente, estão falando? Estão falando de algumas das doenças com lugar garantido no ranking das que mais matam em nosso país.³⁰
Infarto
Nosso coração é um sofredor: a cada 90 segundos morre
um brasileiro infartado.³¹
AVC
Em 2019, no Brasil, pelo menos 35 mil mortes provocadas
pelo popular derrame tinham a ver com excesso de peso.³⁰
Câncer
Sim, a obesidade está por trás do surgimento de pelo
menos 13 tipos de tumores malignos, sabia disso?³²
Diabetes tipo 2
Mais de 1,5 milhão de brasileiros têm a expectativa de vida
reduzida por causa dessa condição.³⁰
A obesidade não é uma escolha, um “mau comportamento” que leva a gente a adoecer. Ela própria é, de fato, uma doença, que abre o caminho para diversos outros problemas capazes de reduzir os anos de vida que temos pela frente.³³⁻³⁵ E existem quatro aspectos que você precisa entender.
Isso significa que ela não tem uma única causa. Resulta de um emaranhado de fatores como a genética, a alimentação da mãe durante a gravidez, as alterações no
funcionamento do cérebro, o jeito como o organismo aproveita a energia, o sedentarismo, a dieta, a poluição, a
vulnerabilidade econômica e muito mais. ³³⁻³⁴
Ou recidivante, se você prefere uma palavra
complicada usada na Medicina. Isso quer dizer que, mesmo quando a pessoa emagrece, se ela para de controlar a sua doença, o ponteiro da balança volta a subir.
Por isso, o acompanhamento do médico e de outros profissionais de saúde deve ser contínuo. ³⁶⁻³⁷
Portanto, ela não tem cura. Daí que, assim como alguém com hipertensão deve controlar sua pressão arterial pelo resto da vida, a pessoa com obesidade recisará controlar
para sempre o ganho de gordura, especialmente na região do abdômen, que é capaz de aumentar a sua “medida do
abraço”.³³⁻³⁵
Se nada for feito ou se a pessoa deixa de controlar a obesidade por um período, a tendência será ganhar cada vez mais peso e, pior, aumentar a proporção de gordura no
corpo em relação aos músculos. Isso agrava as consequências para a saúde, principalmente quando a gente pensa no coração.³³⁻³⁴
Desde os anos 1970, a Organização Mundial da Saúde adotou o IMC (índice de massa corporal) para
saber se alguém está com um peso mais saudável ou não.³⁴,³⁸
Você sabe qual é o seu IMC? Para descobrir, visite o Meu Peso Minha Jornada
Embora o IMC seja a maneira mais utilizada no mundo para apontar quem tem e quem não tem obesidade, ele carrega um pequeno defeito, vamos dizer assim: o seu cálculo, sozinho, não consegue dar uma noção de quanta gordura existe no corpo, nem como essa gordura está distribuída, isto é, se está se acumulando mais na região da cintura.³⁸⁻⁴⁰
Dessa maneira, você talvez encontre duas pessoas com o mesmo resultado de IMC, mostrando que ambas têm uma obesidade grau 1, por exemplo. No entanto, uma delas pode ter bastante gordura na barriga, enquanto a outra pratica um esporte que deixa seu corpo bem musculoso — e músculos pesam demais!
Por essa razão, muitos estudos recomendam que o cálculo do IMC seja complementado com a medida da circunferência abdominal, a nossa “medida do abraço”. Ela oferece uma bela ideia da gordura estocada no abdômen, justamente aquela que pode dar mais problemas para o coração. ⁴¹
Esse é outro caminho capaz de levar a problemas de coração
A “medida do abraço” aumentada é um fator decisivo para o aparecimento do diabetes tipo 2. E esse é mais um caminho — indireto, porém perigoso — pelo qual o excesso de gordura na cintura deixa o coração em apuros.¹³,⁴²
A realidade é que uma pessoa com diabetes tipo 2 apresenta o dobro de risco de morrer por causa de um problema cardíaco, se você compará-la com outra que tem níveis normais de glicose no sangue.¹³ E a idade em que a doença aparece faz diferença. Daí a necessidade de alguém com circunferência abdominal aumentada não adiar a ida ao médico para conversar sobre isso.
Veja só: o diabetes tipo 2 pode tirar de quatro a seis anos da expectativa de vida, se surge em quem já passou dos 50 Mas, se essa condição dá as caras mais cedo, quando a pessoa tem lá os seus 30 ou 40 e poucos anos apenas, a redução do tempo para aproveitar a vida pela frente ultrapassa uma década!⁴³
Faz sentido: quanto mais se convive com o diabetes tipo 2 e, provavelmente, com uma circunferência abdominal aumentada junto, maior tende a ser soma dos prejuízos para o coração.⁴³
Uma circunferência abdominal além dos valores saudáveis costuma ser o começo das preocupações.
Será que dá para prevenir, melhorar ou até fazer desaparecer um quadro de diabetes tipo 2?
Para prevenir o diabetes tipo 2 ou, quem sabe, até fazê-lo regredir, é preciso perder peso e tentar diminuir os centímetros a mais na “medida do abraço”. Para isso, o melhor é pedir ajuda para um médico, profissional capaz de acompanhar os níveis de glicose e de insulina no sangue, entre outras coisas.⁵¹
Na Medicina, usa-se a expressão “entrar em remissão” quando uma doença crônica parece dar um tempo
ou tomar chá de sumiço. o caso do diabetes tipo 2, dizem que isso só acontece quando os exames que entregam a quantidade de glicose circulante têm resultados normais por mínimo três meses — e sem a pessoa tomar qualquer remédio com o objetivo específico de baixar esse açúcar.⁵²
Pois bem, agora vem o melhor: em um estudo famoso em que participantes com diabetes tipo 2 fizeram uma dieta com baixa calorias, no grupo que diminuiu 15% do peso inicial, 86% dos integrantes viram o diabetes entrar na tal remissão.⁵³
É que, quando a pessoa perde o excesso de gordura na circunferência abdominal, o fígado e o pâncreas também emagrecem. E, se as células-beta estiverem em boas condições — algo mais provável quando o diagnóstico do diabetes aconteceu há menos de cinco anos —, elas têm boas chances de recuperação, voltando a secretar insulina como antes.⁵⁴
O desafio para todos, porém, é este: manter o novo peso. Se ele é recuperado, a gordura pode voltar a se
instalar onde não devia, as células ficam resistentes à insulina mais uma vez, a glicose aumenta… Enfim, o
diabetes mellitus reaparece e o coração, padece. Já em quem continua controlando a sua “medida do
abraço”, ele pode seguir batendo forte e saudável.⁵⁴
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